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A mostrar mensagens de setembro, 2016

Podem passar muitos anos

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Não sei ao certo quantos anos passaram desde a última vez que fui às Feiras Novas, em Ponte de Lima. Podiam ter passado 20 ou 30 anos. A sensação seria a mesma. A de sentir que uma Vila não abraça todos aqueles quanto gostariam de lhe sentir a pulsação nas rusgas de concertina, no cortejo etnográfico com miúdos e graúdos, nas tigelas de vinho verde tinto pingão, nos petiscos dos tascos que podem ser servir o presunto com as mesmas mãos que se recebe o dinheiro, no canto esganiçado das minhotas em roda dos homens de bigode farto, em cantorias malandras que só cessam quando estoira o fogo no rio, a rebentar de esperança na promessa do ano que virá. Na "rampinha" que estende a noite até ao sol do novo dia, na ponte romana engalanada de luz e naquele magote de gente que se empurra ruas fora. Podem passar muitos mais anos sem que eu saiba a que santo ou santa é a romaria mas haverá sempre o Minho a brotar dos corações dos que por lá passam. Incluído o meu.

Caniçada parte II

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Vi-te num dia de Inverno, desde a pousada de S. Bento, escondida num manto de nevoeiro e chuva morrinhenta. Era um domingo de inverno e eu desejei que fosse verão para te voltar a ver e saber de que cores pintarias este coração do Minho. Não chega uma vista só ou um retrato para abarcar toda a beleza do verde da serra e da albufeira onde o Rio Cávado parece querer prolongar a sua passagem. Não chegam três dias ou uma semana para lá ir porque é um lugar que vai ser cobrar um regresso.